Todo mundo no Brasil acompanhou o que aconteceu com a apresentadora e modelo Ana Hickmann no último dia 12 de novembro. A empresária foi agredida em casa pelo próprio marido de 25 anos de casamento, Alexandre Correa. Pelo que foi relatado, a agressão começou de forma verbal, na frente do filho de 10 anos do casal. Esse é um exemplo triste demais do tipo de relacionamento que mais fere e agride mulheres todos os dias no Brasil: o relacionamento abusivo.

Quem passa por um relacionamento abusivo?

A gente fica com a impressão de que apenas mulheres mais pobres ou sem estrutura familiar passam por relacionamentos abusivos, mas isso nem sempre é verdade. Uma mulher mais rica, com uma condição social e econômica favorecida, também pode se manter em um relacionamento abusivo por diversas razões.

Se você sentir que seu relacionamento não é funcional e saudável, pare de procurar estereótipos de abusadores e abusadas. O importante é entender como você tem se sentido dentro do seu relacionamento e quais são os comportamentos, a dinâmica psicológica e comportamental entre você e seu parceiro.

Ana Hickmann: Quais são os sinais de um relacionamento abusivo?

Um relacionamento abusivo pode envolver diversos sinais e características, muitos dos quais podem ser sutis inicialmente. É importante estar ciente desses padrões para poder reconhecê-los e buscar ajuda, se necessário. Aqui estão alguns sinais comuns de um relacionamento abusivo:

  1. Controle excessivo: O abusador muitas vezes tenta controlar as ações, decisões e atividades do parceiro. Isso pode incluir restrições em relação a amigos, família, trabalho e até mesmo as roupas que a pessoa veste.
  2. Isolamento social: O abusador pode tentar isolar a vítima de amigos e familiares, minando assim o sistema de apoio e controle externo.
  3. Humilhação e críticas constantes: O parceiro abusivo pode insultar, criticar e humilhar a vítima regularmente, minando sua autoestima e confiança.
  4. Manipulação emocional: O abusador muitas vezes usa táticas manipuladoras para controlar a vítima, como chantagem emocional, ameaças, ou mesmo fingir arrependimento para conseguir o que deseja.
  5. Violência física ou ameaças: Isso pode incluir agressões físicas, destruição de propriedade ou ameaças de violência, criando um ambiente de medo constante.
  6. Controle financeiro: O abusador pode tentar controlar as finanças da vítima, limitando seu acesso a dinheiro ou controlando todas as decisões financeiras.
  7. Ciúmes excessivos: O ciúme pode ser usado como uma forma de controle, levando a comportamentos possessivos e desconfiança constante.
  8. Isolamento emocional: Além do isolamento social, o abusador pode tentar isolar emocionalmente a vítima, criando uma dependência emocional dele.
  9. Negligência ou abuso dos filhos: Em casos de relacionamentos com crianças, o abusador pode negligenciar ou abusar das crianças para exercer controle sobre o parceiro.
  10. Negação e culpabilização: O abusador frequentemente nega seu comportamento abusivo e pode culpar a vítima pelos problemas no relacionamento.

Ana Hickmann: Como se proteger em um relacionamento abusivo?

É crucial lembrar que o abuso pode assumir diferentes formas e intensidades, e nem todos os relacionamentos abusivos são iguais. Se você ou alguém que você conhece está enfrentando um relacionamento abusivo, é fundamental procurar ajuda de amigos, familiares, ou profissionais especializados em violência doméstica.

Proteger-se de um abusador em um relacionamento abusivo pode ser desafiador, mas existem passos que podem ser tomados para ajudar a garantir a sua segurança. Aqui estão algumas sugestões:

Reconheça o abuso:

O primeiro passo é reconhecer que você está em um relacionamento abusivo. Isso pode ser difícil, pois muitas vezes o abuso é gradual e sutil. Eduque-se sobre os sinais de relacionamento abusivo para entender melhor sua situação.

Converse com alguém de confiança:

Compartilhe sua situação com amigos, familiares ou colegas de confiança. Eles podem oferecer apoio emocional e prático. Às vezes, estar em isolamento é parte do controle exercido pelo abusador, então buscar ajuda é fundamental.

Crie um plano de segurança:

Desenvolva um plano para sair da situação de forma segura. Isso pode incluir identificar um lugar seguro para ir, ter um kit de emergência com documentos importantes, dinheiro e objetos essenciais, e estabelecer uma rede de apoio.

Mantenha contato com amigos e familiares:

Mantenha conexões com pessoas de confiança. Isso pode ser fundamental para garantir que você não fique isolado e tenha apoio quando precisar.

Procure ajuda profissional:

Entre em contato com organizações locais que oferecem suporte a vítimas de abuso, como linhas diretas de ajuda ou abrigos de emergência. Profissionais treinados podem fornecer orientação e recursos.

Peça ordens de restrição:

Se você se sentir em perigo, considere procurar uma ordem de restrição ou medida protetiva. Isso pode ajudar a manter o abusador afastado.

Planeje a saída:

Se possível, planeje sua saída cuidadosamente. Isso pode envolver escolher o momento certo, garantir que você tenha um lugar seguro para ir e contar com o apoio de outras pessoas.

Mantenha registros:

Documente incidentes de abuso, incluindo datas, horários, locais e descrições detalhadas. Isso pode ser útil ao buscar ajuda legal.

Esteja preparada para mudanças:

Sair de um relacionamento abusivo muitas vezes implica em grandes mudanças na vida. Esteja preparado para buscar ajuda profissional para lidar com o impacto emocional e, se necessário, com questões legais.

Priorize sua segurança:

Sua segurança é a prioridade número um. Se você estiver em perigo iminente, não hesite em procurar ajuda urgente, como ligar para a polícia.

Central de atendimento à mulher

Lembre-se de que procurar ajuda é um passo importante e corajoso. O que Ana Hickmann fez foi a atitude mais correta e corajosa naquele momento. É compreensível que você possa sentir medo de denunciar. Pode existir em você a dúvida sobre a denúncia, se o agressor/abusador for pai do seu filho. Mas lembre-se de que a denúncia pode te ajudar a proteger seu filho e te manter cuidando dele.

Por isso, se você estiver em uma situação de abuso, não hesite em buscar suporte. Esse suporte pode vir de amigos, familiares ou profissionais especializados em violência doméstica.

Existe uma central de atendimento que pode ajudar e orientar mulheres que estão em situação de vulnerabilidade social. Diz o site:

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.

A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher.

O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.

Extraído do site da Central, no portal gov.br

Procure ajuda sempre que sentir que existe algo inadequado e/ou agressivo em sua relação. Você merece um relacionamento saudável e funcional, onde você é admirada e bem tratada. Toda mulher tem o direito de ser respeitada na sua integridade física e mental.

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